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Alerta sobre o impacto dos anabolizantes na saúde

Dados atuais, a exemplo dos levantados pelo estudo HAARLEM, sugerem alterações na pressão arterial e na parede dos vasos sanguíneos, entre outros problemas, inclusive, irreversíveis, devido ao uso de anabolizantes. E, mais, o hormônio pode começar a danificar o coração já na quarta semana após o início do consumo.

Ricardo Mourilhe, coordenador da área de cardiologia dos hospitais Samaritano Barra e Vitória, da rede Americas, informa que esse tipo de terapia de reposição requer minuciosa avaliação especializada e não deve ser feita sem supervisão em nenhuma hipótese. O médico aponta que a terapia precisa ser indicada exclusivamente aos homens com quadros de declínio progressivo nas taxas de testosterona no sangue em valores abaixo da normalidade.

 “Importante salientar que as pessoas não devem realizar nenhum tipo de reposição sem avaliação clínica, muito menos para fins estéticos, por haver riscos importantes para a saúde, especialmente, a cardiovascular”, alerta.

Mourilhe explica que, de acordo com diversas pesquisas, existem dados de alterações precoces como o aumento da pressão arterial, problemas nas paredes dos vasos sanguíneos, elevações de taxas de lipídios (colesterol e triglicerídeos), entre outros males. “O coração pode apresentar deficiência a partir da quarta semana desses usos, além de haver o risco de ocorrer a chamada hipertrofia cardíaca, que costuma permanecer no corpo por até um ano. Outro problema mais crítico é a possibilidade da perda da força da contração do coração, essa última sem nenhuma possibilidade de recuperação”, observa.

O especialista indica, ainda, que exames de ecocardiograma em 3D, realizados no ano de 2022, também, conforme o estudo HAARLEM descreveram que ocorre hipertrofia ventricular esquerda com considerável aumento da massa do ventrículo esquerdo e do volume do átrio esquerdo, além de redução da fração de ejeção, ou seja, o coração fica dilatado e insuficiente (enfraquecido). “Nesse mesmo estudo, houve aumento das pressões sistólica e diastólica, bem como o diagnóstico de hipertensão arterial foi dado em 41% dos usuários. Já 33% apresentaram, após 13 semanas, complicações que poderiam aumentar o risco de tromboses”, explica.

Para finalizar, Mourilhe sugere que é preciso ter bastante cautela com qualquer estratégia que entrega resultados rápidos. “Quase sempre essas condutas não são fisiológicas e trazem consequência para o nosso organismo e, em algumas situações, danos bem graves”, finaliza.

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