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Escolas de SP recorrem ao EaD com nova alta de Covid-19

Escolas da rede particular e pública da cidade de São Paulo voltaram a adotar o ensino remoto em situações específicas. A modalidade vem sendo priorizada para classes com registros de contaminação por Covid-19. Há poucos dias, a Prefeitura voltou a recomendar que alunos e profissionais voltem a utilizar máscaras de proteção facial nas unidades escolares. 

A adoção das aulas à distância ocorre em um cenário em que educadores têm defendido as aulas presenciais, considerando a extensa temporada em que as escolas se limitaram ao ambiente digital, entre 2021 e 2022.

A divergência acontece em um momento em que dados indicam que a crise sanitária piorou no Estado de São Paulo: em trinta dias, a soma de internações por covid-19 avançou até 275% em hospitais da rede particular. Na rede pública, o número de hospitalizados por Covid-19 também cresceu, apesar de ainda estar longe do que foi registrado durante o pico da variante Ômicron, nos primeiros meses do ano.

Para Thiago Reis, diretor-executivo da Centric Learning – que atua no Brasil com o nome de WAY American School e oferece programas de High School 9-12 (do nono ano do Ensino Fundamental ao terceiro ano do Ensino Médio) – o retorno das unidades escolares à modalidade de ensino on-line, devido a mais uma onda de Covid-19, faz sentido.

“Nós sabíamos que uma hora ou outra deveríamos tentar retornar a um ritmo normal de vida pré-pandemia, mas ainda não sabíamos dizer quando estaríamos prontos para isso. O que a liberação do uso das máscaras em todos os ambientes mostrou nos últimos meses é que a Covid-19 ainda está aí e nós precisamos continuar tomando cuidados”, expõe.

Para ele, o retorno das referidas classes ao ensino remoto demonstra como foi importante o passo que empresas e pessoas deram de migrar tudo o que foi possível para o formato on-line e à distância. “Quem apostou nesse formato desde cedo não terá problemas em retornar a ele, onde for necessário”.

O ensino on-line, nesse sentido, é algo que deve permanecer no radar das escolas de forma permanente, afirma Reis. “O EaD realmente veio para ficar. Nós já vínhamos acompanhando o surgimento de diversos cursos on-line, principalmente no ensino superior, com um certo grau de sucesso. Entretanto, muitas escolas de ensino básico tiveram dificuldades em levar suas aulas para o modelo virtual”, pontua.

Maidie Baker, diretora de currículo e instrução da Centric Learning, destaca que milhões de estudantes dos ensinos fundamental e médio viram a qualidade da sua educação cair durante o confinamento, enquanto escolas se esforçaram para criar um espaço que não só reunisse esses alunos on-line, mas que também fosse capaz de entregar uma metodologia de ensino que realmente funcione nesse formato, a fim de que os estudantes não perdessem conteúdo e aprendizado nesse processo.

“Quem não fez a sua parte, sentiu as consequências no retorno às aulas presenciais, com diversos alunos necessitando de reforço para recuperar o que foi perdido nesses últimos anos”, articula Maidie Baker. “É preciso ser capaz de se adaptar, de buscar novas metodologias de ensino que deem essa flexibilidade para instituições, famílias e estudantes, para que todos possam sair ganhando com esse processo que se tornou não só necessário, como até mesmo atrativo para muita gente”, complementa.

Novo formato, novos desafios

Reis acredita que as escolas foram forçadas a aprender como utilizar o ensino on-line, mas muitas delas encontraram dificuldades porque tentaram manter o mesmo modelo de ensino tradicional na nova realidade. A título de exemplo, ele cita que na Centric Learning é utilizado o modelo de ensino híbrido há muitos anos, desde antes da pandemia, porque a instituição sempre buscou se adaptar à realidade dos estudantes que, muitas vezes, têm uma agenda cheia. 

“Nesse modelo, sabíamos desde cedo que seria impossível tentar repetir on-line o que era feito em uma sala de aula presencialmente. Assim, adaptamos uma metodologia ativa de ‘Aprendizado Baseada em Projetos’ que oferece ao estudante bastante independência e liberdade em seu processo de aprendizagem, com conteúdos inspirados em situações reais e que instigam o aluno a aprender por interesse próprio, e não por necessidade”, explica.

O diretor-executivo da Centric Learning destaca que as escolas têm, para além das aulas do currículo do ensino básico, programas extracurriculares que também precisaram fechar suas salas de aula. “Nosso programa de high school, que oferecemos no contraturno para dezenas de escolas parceiras no Brasil, migrou para um modelo on-line, ou híbrido, em poucos dias, porque era uma experiência que já tínhamos nos Estados Unidos. O modelo de ensino on-line é melhor aceito entre pais e alunos – muitas de nossas turmas sequer voltaram para o presencial com o abrandamento da pandemia”, informa.

Assim, prossegue Reis, o principal aprendizado que ficou dos primeiros anos da pandemia foi que as aulas on-line não funcionam da mesma forma que as presenciais. “Escolas, professores, pais e alunos entenderam que o ritmo, o funcionamento é diferente. O que elas não podem fazer é permitir que as aulas continuem assim”, afirma.

“Agora que estamos nos vendo obrigados a retornar para o ensino on-line, precisamos estar melhor preparados para oferecer um ensino de qualidade para todos”, conclui.

Para mais informações, basta acessar: http://centriclearningacademy.com/br/

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