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Como gerenciar os impactos da estiagem na produção animal?

Neste inverno, o fenômeno climático La Niña voltou a se manifestar. O evento é caracterizado por um período de chuvas abaixo da média, muitas vezes acompanhado por ondas de calor, o que agrava as condições da seca. No cerrado, a estiagem leva a reduções nos níveis de água nos reservatórios e reservas de umidade do solo, podendo provocar perda de peso dos rebanhos.

A estiagem é uma condição climática recorrente e com amplas repercussões no âmbito da produção agropecuária. As diferentes formas de enfrentamento dependem da infraestrutura disponível na propriedade, especialmente no que diz respeito à capacidade de armazenamento de água e gerenciamento do espaço físico, com destaque para o manejo das pastagens e solo.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Goiás destaca a importância do zootecnista para a gestão da produtividade animal e a busca por melhores condições ambientais. Neste contexto, o Zootecnista é o profissional responsável pelo aumento e melhoria da produção, qualidade dos produtos e serviços de origem animal, garantindo a segurança alimentar, sustentabilidade da produção e bem-estar dos animais, sendo o mais qualificado para permitir que, propriedades diferentes, submetidas ao mesmo fator climático, tenham resultados distintos.

A seguir, Bruno de Souza Mariano, coordenador do curso de Zootecnia da PUC Goiás e membro da Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde, Conselho Federal de Medicina Veterinária (CNES-CFMV) destaca ações para reduzir o impacto do período de seca, que dura cerca de cinco meses em Goiás.

  • Captação e armazenamento de água: a identificação dos pontos de captação e armazenamento de água na propriedade, preservando a vegetação próxima à nascente, que ajuda a conservar o recurso hídrico do solo;
  • Aumento da disponibilidade de água e conforto térmico para o gado leiteiro: o objetivo é diminuir a perda hídrica através da transpiração. Prover sombra, alterar o horário da ordenha, tudo isso deve ser pensado para reduzir o impacto negativo na produtividade;
  • Observar a oferta de água e alimento para aves e suínos: o excesso de calor pode causar diminuição na ingestão de alimentos de aves e suínos, provocando perda de peso e até morte dos animais. O plantel deve contar com a oferta de água em quantidade e qualidade adequada;
  • Piscicultura e qualidade da água: a estiagem pode prejudicar a qualidade da água nos viveiros de piscicultura, causando redução no crescimento, problemas de saúde e até a mortalidade dos peixes. Dessa forma, os produtores devem dar uma atenção especial ao oxigênio baixo e à transparência abaixo de 25 cm, corrigindo-a com adubos, fertilizantes ou ração, se necessário;

Cabe ao CRMV-GO ressaltar a importância do acompanhamento da produção animal por parte de zootecnistas, em função de sua capacidade para intervir no meio ambiente em benefício da produtividade. “Atualmente o zootecnista atua aliando técnicas com ferramentas já conhecidas da nutrição animal, da reprodução animal, mas hoje já interagindo com o meio ambiente, a biosseguridade e o bem-estar animal”, explica o professor Bruno de Souza.

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